O município de CAMPO BOM
O IMIGRANTE FRIEDRICH CRISTIAN KLINGELHOEFFER
- O PASTOR FARRAPO -
Rio Grande do Sul
BRASIL
Friedrich Cristian Klingelhoeffer
chegou com sua família a São Leopoldo em 17 de abril de 1826, tendo
viajado do Rio de Janeiro a Porto Alegre na sumaca "Ligeira". Quem
contratou o Pastos Klingelhoeffer para vir ao Brasil foi o Major
Schaeffer.
.... quanto ao veleiro que trouxe
esta importante família para o Brasil, existem dúvidas : ou o navio
"Georg Friedrich" ou a galera dinamarquesa "Creole", sendo esta a mais
provável...
Klingelhoeffer, que se tornaria o
primeiro pastor-mártir teuto-brasileiro da idéia republicana no Rio
Grande do Sul, nasceu a 15 de setembro de 1784, em
Battenberg/Ducado-Eleitoral de Hessen-Kassel, filho de Ludwig ("Louis")
Klingelhoeffer, conselheiro florestal da região, e de sua esposa
Carolina Frederica Schlechter.
Depois de terminados os estudos
de teologia, o nosso Frederico Cristiano Klingelhoeffer exerceu a
profissão de pastor luterano em Buchenau (1809-1819) e em Bobenhausen
(1819-1825), localidades situadas em Hessen. Emigrou para o Brasil em
1825, já com a família formada, e estabeleceu-se, como pastor, em Campo
Bom (1827), onde construiu a primeira igreja evangélica no sul do
Brasil (1828), ainda de enxaimel, mais tarde substituída por outra de
alvenaria, até hoje existente. Em 1829, a comunidade evangélica de
Campo Bom separou-se da matriz de São Leopoldo, sendo Klingelhoeffer o
seu primeiro eclesiástico.
Ao romper a Guerra dos Farrapos
(1825-1845), o idealista republicano incorporou-se às forças
farroupilhas e morreu em combate na revolução" a 6 de novembro de 1838,
nas proximidades de Triunfo.
O Pastor Klingelhoeffer era
casado com Luisa Stapp, nascida em 7 de dezembro de 1794 em
Biedenkopf/Hessen-Nassau, e falecida em 17 de novembro de 1869,
em Porto Alegre. Pais de 6 filhos, dos quais cinco emigrados ao Brasil
: Carolina, Joana Sofia, Jorge Carlos Hermann, Augusta Crolina Elisa,
Ernestina Guilhermina Hedwig e Emília.
O filho Jorge Carlos Hermann,
nascido em 10 de março de 1816 em Buchenau, outro mártir da idéia
farroupilha, "o qual, pela coragem fora do comum, era designado como o
mais intrépido dos farrpos", segundo Oberacker. falecendo, solteiro,
numa escaramuça, nas proximidades do Rio Uruguai, ao transpor o Rio
Ibicuí, na Fazenda Ipané, como capitão farroupilha (1845).
* O Pastor Klingelhoeffer, além
das suas funções normais, exercia também a de professor dos filhos dos
colonos alemães, no mesmo local da primeira igreja. A Escola Sinodal
Tiradentes completa, neste 2004, 176 anos de existência. É a mais
antiga escola particular do Estado.
Conta também Carlos H
Hunsche, desta vez em seu livro "Pastor Heinrich W Hunsche e os começos
da Igreja Evangélica no Sul do Brasil", que o Pastor Klingelhoeffer
foi, nas suas horas vagas, um caçador infatigável. Certo dia, exercendo
essa mui nobre ocupação, entrou em conflito com o guarda-bosque Reitz,
mais tarde mestre-de-bosque em Dieburg, e conta-se que teriam disparado
tiros um contra o outro. Em consequência disso, ambos teriam cumprido
meio ano de reclusão na praça forte de Bobenhausen. Para evitar
complicações, o pastor teria preferido emigrar para o Brasil.
Vamos
transcrever alguns tópicos do livro "O ano de 1826 da Imigração e
Colonização Alemã no Rio Grande do Sul", de Carlos H. Hunsche, que
tratam exclusivamente do nosso Pastor Farrapo :